Ontem o dia começou como todos os outros.
Acordei cedo.
Tirei a roupa da máquina. Espremi 5 laranjas, comi a minha maça o meu iogurte passeei as cadelas e sai para a rua.
Apanhei o metro depois o eléctrico e depois caminhei até ao trabalho.
Que bom que o céu estava azul.
No trabalho fiz o que faço todos os dias e sai mais cedo do que é costume. Sai para ir para o médico.
Há 17 meses andava muito cansada e tive um diagnóstico que me tirou o chão: carcinoma folicular.
Não queria acreditar. Nem podia desistir. Não pude parar de trabalhar nem sequer diminuir o ritmo de trabalho, bem pelo contrário, para fazer frente a todas as despesas que vieram acrescidas tive de arranjar mais empregos.
Ainda bem. Fui capaz.
Fiz 2 cirurgias, fiz 16 meses de tratamentos químicos que me iam matando o tumor e a mim também aos bocadinhos. Houve dias maus. Houve dias ainda piores. Houve dias bons. Houve dias menos bons.
Fiz o caminho sem um companheiro. E isso ensinou-me que sou capaz de tudo.
Fiz o caminho sem algumas pessoas que pensava que me iam acompanhar e com isso aprendi muitas lições. É muito fácil ser companheiro de conversa boa, de café, de praia, de quando tudo está bem, é muito mais difícil ser companheiro nas alturas más. É muito difícil não ser egoísta e pensar para o outro e não para si.
Aprendi quem está lá mesmo. Quem é amigo de verdade e quem é só amigo das horas boas.
Ontem no médico ouvi a noticia que não havia mais células malignas… tumor free… foi a expressão do médico. Daqui a 6 meses volta cá para uma rotina e todos os 6 meses assim será até daqui a 5 anos.
Ouvi. Fiquei tão contente que hoje ainda não consigo sequer escrever sobre isso.
Sai e sentei-me do passeio a chorar, a chorar pela tensão acumulada, a chorar pelo caminho feito sozinha, a chorar porque consegui, a chorar porque agora há mais caminho pela frente, a chorar por quem ficou para trás, a chorar por quem teve tanto tempo para provar o que queria e não o fez e não deixou de ser incompetente, a chorar por quem não ouve o mesmo que eu, a chorar por quem me fez chorar e por quem me fez rir, a chorar pelos desafios que se seguem, a chorar porque estou viva.
Chorei 2 horas seguidas e depois fui dar aulas.
A vida continua. O caminho também.
Bom caminhos!!
Acordei cedo.
Tirei a roupa da máquina. Espremi 5 laranjas, comi a minha maça o meu iogurte passeei as cadelas e sai para a rua.
Apanhei o metro depois o eléctrico e depois caminhei até ao trabalho.
Que bom que o céu estava azul.
No trabalho fiz o que faço todos os dias e sai mais cedo do que é costume. Sai para ir para o médico.
Há 17 meses andava muito cansada e tive um diagnóstico que me tirou o chão: carcinoma folicular.
Não queria acreditar. Nem podia desistir. Não pude parar de trabalhar nem sequer diminuir o ritmo de trabalho, bem pelo contrário, para fazer frente a todas as despesas que vieram acrescidas tive de arranjar mais empregos.
Ainda bem. Fui capaz.
Fiz 2 cirurgias, fiz 16 meses de tratamentos químicos que me iam matando o tumor e a mim também aos bocadinhos. Houve dias maus. Houve dias ainda piores. Houve dias bons. Houve dias menos bons.
Fiz o caminho sem um companheiro. E isso ensinou-me que sou capaz de tudo.
Fiz o caminho sem algumas pessoas que pensava que me iam acompanhar e com isso aprendi muitas lições. É muito fácil ser companheiro de conversa boa, de café, de praia, de quando tudo está bem, é muito mais difícil ser companheiro nas alturas más. É muito difícil não ser egoísta e pensar para o outro e não para si.
Aprendi quem está lá mesmo. Quem é amigo de verdade e quem é só amigo das horas boas.
Ontem no médico ouvi a noticia que não havia mais células malignas… tumor free… foi a expressão do médico. Daqui a 6 meses volta cá para uma rotina e todos os 6 meses assim será até daqui a 5 anos.
Ouvi. Fiquei tão contente que hoje ainda não consigo sequer escrever sobre isso.
Sai e sentei-me do passeio a chorar, a chorar pela tensão acumulada, a chorar pelo caminho feito sozinha, a chorar porque consegui, a chorar porque agora há mais caminho pela frente, a chorar por quem ficou para trás, a chorar por quem teve tanto tempo para provar o que queria e não o fez e não deixou de ser incompetente, a chorar por quem não ouve o mesmo que eu, a chorar por quem me fez chorar e por quem me fez rir, a chorar pelos desafios que se seguem, a chorar porque estou viva.
Chorei 2 horas seguidas e depois fui dar aulas.
A vida continua. O caminho também.
Bom caminhos!!
fico mt feliz por ti, por estar tudo no caminho certo!e é impressionante a tua força e coragem!
ResponderEliminarmuitos beijinhos!!
O caminho faz-se a caminhar. Tal como diz o teu blog.
ResponderEliminarE eu acredito em lições de vida.
Acredito que depois da tempestade virá a Bonança.
Foi o que te aconteceu. E a mim também.
Há 7 anos atrás, nesta mesma altura lutava também contra uma doença. Uma espécie de cancro também.
E isso foi das mais duras provas que a vida me deu. E consegui tudo sozinha, daí acreditar piamente no meu valor.
Sorri sempre!
Minha querida, Força!
ResponderEliminarUltrapassaste maus momentos sozinha, portanto agora os bons serão pêra doce.
É muito triste pensar que quando estamos a precisar de alguém, é quando mais facilmente nos viram costas...
Beijos
oLha,
ResponderEliminareste teu texto fez-me chorar...
A vida tem muitos desafios. Já tive e tenho aínda alguns. sei perfeitamente o que queres dizer.
És corajosa e muito. Em tudo.
E, é nestas fases que temos uma dimensão totalmnte difernte da vida.
na altura, quando apenas queria um café para dois dedos de conversa e nm isso. Hoje, ao olhar para trás, sorrio. Mentalmente, com um inclinar de cabeça, digo, com carinho, "obrigada"! Se tivessem estado nunca descobriria a minha força. Porque somos capazes de tudo.
Olha, há muito que o queria fazer. Vai se hoje e agora. Um post a um grande senhor: Viktor Frankl.
Um abraço, minha querida
e dorme bem!
Lília