terça-feira, 17 de março de 2009

Jornais, cabelo e piropos


Detesto piropos!
Daqueles brejeiros do meio da rua. Quem os homens pensam que são? Ou melhor que resultado pensam eles ter da acção de mandar piropos?
Quando comecei o meu tratamento já fez 14 meses, muitos efeitos secundários aconteceram: caiu me grande parte do cabelo, foi-me diagnosticada psoríase no couro cabeludo, perdi totalmente a libido, perdi muita vontade de me rir, chorei muito, engordei 15 kg, perdi muita energia… but life goes on.
Não me estou a queixar. Estou viva. Estou a dar luta e a lutar. Vivinha e tenho a certeza que tudo isto daqui a uns anos não passará de uma má recordação. Nem estou a comparar um cancro com uns kilinhos a mais. Mas verdade seja dita não tem sido fácil lidar com os efeitos secundários de todos os tratamento a que me tenho sujeitado.
Adorava o meu cabelo comprido. Tenho feito mesoterapia capilar o que tem tido resultados fabulosos para evitar a queda de cabelo … não recomendo a almas fracas porque meus amigos doiiiiiiiii e não é pouco… mas quem gosta de ser careca? Eu não.
O cabelo cá está não caiu todo e neste caminho descobri que adoro ter cabelo curto, alias nem me lembro já porque gostava eu de ter cabelo comprido.
No fim-de-semana voltei a cortar o meu cabelo, corte “moderno” como dizem os meus colegas, corte muito curto e fresco como digo eu. Gosto!
Como há ainda muito pouco exercício físico intenso daquele que eu gosto que eu possa fazer, ando muito a pé e corro diariamente.
Todos os dias quando venho trabalhar, saiu do autocarro ou do metro 3 km antes e venho o resto pé, é bom agora com esta primavera que chegou antes do tempo. Vejo quem passa, medito, organizo o meu dia.
Não fumo, não bebo café nem leio jornais ou revistas impressas para poupar… e para poupar o ambiente. Mas todos os dias passo pelo mesmo quiosque de manha. Todos os dias o mesmo ritual, todos os dias vejo as “gordas” nas capas dos jornais e revistas, todos os dias troco bons dias com o dono do quiosque. Não sei como se chama, quem é, nada. Trocamos os bons dias.
Hoje foi diferente.
Hoje foi melhor.
Hoje fez me ganhar o dia logo bem cedo de manha.
Hoje em vez do habitual “bom dia” disse: “esse corte de cabelo fica-lhe muito bem. Parece uma menina nova. Sabe, tenho a certeza que se vai curar. Tenho a certeza que tudo vai valer a pena. Está cada dia mais bonita.”
Vivam os homens simpáticos, os donos dos quiosques e os dias com sol.

Bom caminho!

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